Consórcio de Imóveis Vale a Pena?

Uma alternativa para a aquisição de um imóvel é entrar em um consórcio, modelo de compra que une consumidores com o mesmo objetivo e que depende de sorteios para que cada participante seja contemplado e possa comprar a casa ou apartamento. Veja abaixo uma síntese lhe ajudará na decisão entre Consórcio ou Financiamento, com respostas elaboradas por Leonardo Gomes e Deise Matos.

“Nessa modalidade, adquire-se uma carta de crédito no valor do imóvel e, em cima do valor da carta, é cobrada uma taxa de administração. Por esse motivo, fica mais barato que o financiamento”, explica Matos.

“Para os que não querem pagar altos juros no longo prazo do financiamento, não possuem disciplina para poupar todos os meses e estão dispostos a renunciar a compra por um tempo, pelo menos até o lance ou ser sorteado, o consórcio pode ser uma boa alternativa”, diz a especialista.

Mas ela também menciona pontos de atenção. “Vale ressaltar que você não tem o bem na hora, se não tiver o valor do lance vai ficar dependendo de sorteio e, se quiser desistir do grupo, paga uma multa. Sempre leia todo o contrato”, recomenda.

Matos afirma que “é preciso uma boa estratégia para ter uma economia maior no final do prazo”. “O lance funciona como uma entrada, porém vale lembrar que nesses casos um lance vencedor deve ser de pelo menos 40% do valor da carta”, diz ela, recomendando “cuidado com cartas que oferecem lances embutidos no valor, pois a taxa de administração vai ser cobrada em cima de um montante muito maior”.

Já Gomes afirma que “o consórcio vale a pena quando você consegue pegar com lance abaixo de 30%”. “Porque, acima disso, ele começa a ficar mais oneroso e muitas vezes pode ficar até mais caro que o financiamento.”

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Consórcio ou financiamento?

Veja abaixo uma simulação preparada por Deise Matos para ajudar o consumidor nos cálculos para saber se o Consórcio de Imóveis vale mais a pena que o Financiamento:

A especialista considera um bem no valor de R$ 400 mil, por exemplo, com uma entrada mínima de 20%. “É o valor de entrada que os bancos exigem em média”, explica ela, que considerou ainda uma taxa anual de juros em 7,75% ao ano. “Observem o custo efetivo total (CET), que é a taxa final”, recomenda ela aos compradores. O CET é aquele que aponta qual será o custo total do financiamento, considerando não apenas os juros, mas também itens como outras taxas, encargos, tributos e seguros.

“No prazo de 30 anos, o cliente assumiria uma parcela de R$ 2.232, pela Tabela Price – dependendo do banco e do tipo de financiamento, pois ainda existem as formas de amortização pela Tabela SAC ou SACRE (com parcelas decrescentes)”, explica Deise. Tabela Price (Sistema Francês de Amortização) e SAC (Sistema de Amortização Constante) são métodos diferentes de amortização do financiamento. Na SAC, as prestações começam mais altas e vão caindo por causa da amortização mensal do saldo a ser financiado. Já na Tabela Price, as parcelas são fixas.

O resultado da simulação de Matos é: no final das contas, o consumidor teria pago pelo imóvel de R$ 400 mil um total de R$ 803.520 com o financiamento.

Agora utilizando o mesmo exemplo hipotético de um imóvel de R$ 400 mil, Matos faz a seguinte simulação:

  • Carta de crédito de R$ 400 mil
  • Taxa de administração aproximada de 22,05% por todo o período
  • Parcela inicial de R$ 2.441
  • Um lance de pelo menos R$ 160 mil
  • Resultado: parcela após o lance de R$ 1.464 e valor total pago no final do período de R$ 488.200.

“A simulação nos mostra uma economia no valor total pago, porém dispondo de uma entrada bem maior”, conclui a especialista.

Mas, mesmo diante dos números, Matos reforça que é preciso avaliar a situação individual de cada consumidor. “Os cálculos e análises devem ser feitos de forma individual e exclusiva para cada situação.”